quinta-feira, 26 de maio de 2011

Glauber Rocha

Não é mais possível esta festa de medalhas,
este feliz aparato de glórias,
esta esperança dourada nos planaltos!
Não é mais possível esta festa de bandeiras
com Guerra e Cristo na mesma posição!

Não é possível a impotência da fé
a ingenuidade da fé...

Vejo campos de agonia,
Velejo mares do Não...
Na ponta da minha espada
Trago os restos da paixão
Que herdei daquelas guerras.
Umas de mais, outras de menos,
Testemunhas silenciosas
Do sangue que nos sustenta.
Convivemos com a morte.
Dentro de nós a morte se converte
Em tempo diário, em derrota
Do quanto empregamos,
Ao passo que vamos, recuamos.

Não anuncio cantos de paz
Nem me interessam as flores do estilo.
Como por dia mil notícias amargas
Que definem o mundo em que vivo.
Não me causam os crepúsculos
A mesma dor da adolescência.
Devolvo à paisagem
Os vômitos da experiência...

Quando a beleza é superada pela realidade,
Quando perdemos nossa pureza nestes jardins de males tropicais,
Quando no meio de tantos anêmicos respiramos
O mesmo bafo de vermes em tantos poros animais,
Ou quando fugimos das ruas e dentro da nossa casa
A miséria nos acompanha em suas coisas mais fatais
Como a comida, o livro, o disco, a roupa, o prato, a pele,
O fígado de raiva arrebentando, a garganta em pânico
E um esquecimento de nós inexplicável,
Sentimos finalmente que a morte aqui converge
Mesmo como forma de vida, agressiva.

Qual o sentido da coerência?
Dizem que é prudente observar a História sem sofrer.
Até que um dia, pela coincidência,
As massas tomem o poder...
Ando nas ruas e vejo o povo fraco, abatido,
Este povo não pode acreditar em nenhum partido.
Este povo cuja tristeza apodreceu o sangue
Precisa da morte mais do que se pode supor.
O sangue que em seu irmão estimula a dor,
O sentimento do nada que faz nascer o amor,
A morte enquanto fé e não como temor.

sábado, 21 de maio de 2011

Pesadelo



Quando o muro separa uma ponte une, se a vingança encara o remorso pune. Você vem me agarra, alguém vem me solta, você vai na marra, ela um dia volta.
E se a força é tua ela um dia é nossa.
Olha o muro, olha a ponte, olhe o dia de ontem chegando, que medo você tem de nós, olha aí.
Você corta um verso, eu escrevo outro, você me prende vivo, eu escapo morto.
De repente olha eu de novo. Perturbando a paz, exigindo troco.
Vamos por aí eu e meu cachorro. Olha um verso, olha o outro, olha o velho, olha o moço chegando. Que medo você tem de nós, olha aí
O muro caiu, olha a ponte da liberdade guardiã, o braço do Cristo, horizonte, abraça o dia de amanhã, olha aí.

terça-feira, 10 de maio de 2011

I'm not saying

I'm not sayin' that I'll love you
I'm not sayin' that I'll care
If you love me.
I'm not sayin' that I'll care,
I'm not sayin' that I'll be there
When you want me.

I can't give my heart to you
Or tell you that I'd sing your name
Up to the sky.
I can't let the promise down
That I'll always be around
When you need me.

Now I may not be alone each time you'll see me

How long must we go in a small café
But still I won't deny you'll always keep me
Maybe if you'd let me have my way.

I'm not sayin' I'll be sorry
For all the things that I might say
That make you cry.
I can't say I'll always do
All the things you want me to,
I'm not sayin' I'll be true
But I'll try.

Now I may not be alone each time you'll see me

Or show up when I promise that I would,
But still I won't deny you'll always keep me
Maybe if you loved me like you should.

I'm not sayin' I'll be sorry
For all the things that I might say
That make you cry.
I can't say I'll always do
All the things you want me to
I'm not sayin' I'll be true
But I'll try.

I can't say I'll always do
All the things you want me to,
I'm not sayin' I'll be true
But I'll try.