segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Terra Plana

“Meu Senhor, minha Senhora... (Falado): “Me pediram pra deixar de lado toda a tristeza,/ pra só trazer alegrias e não falar de pobreza./E mais, prometeram que se eu cantasse feliz, agradava com certeza. /Eu que não posso enganar, misturo tudo o que vivo. /Canto sem competidor, partindo da natureza do lugar onde nasci. /Faço versos com clareza/ Há rima, belo e tristeza. /Não separo dor de amor. /Deixo claro que a firmeza do meu canto vem da certeza que tenho/ De que o poder que cresce sobre a pobreza e faz dos fracos riqueza, foi que me fez cantador.

Meu Senhor, minha Senhora.../Vou indo esse mundo afora/Num canto que é tão valente/Que mesmo se está contente/Fala sempre a toda hora/quase num tom de quem chora/Eu sou de uma terra plana/ Tem céu fundo e um mar bem largo/Preciso de um canto longo/Prá explicar tudo que digo/Prá nunca faltar comigo/E lhe dar tudo o que trago/ Aos pés de muitas igrejas/Lá você vai encontrar/ Esperança e caridade/ Querendo se organizar/ Os cegos pedindo esmola/E a Terra inteira a rezar/ Se um dia eu lhe enfrentar/ Não se assuste capitão/ Só atiro prá matar/E nunca maltrato não/Na frente da minha mira/ Não há dor nem solidão/ E não faço por castigo/Que a Deus cabe castigar/ E se não castiga ele/ Não quero eu o seu lugar/ Apenas atiro certo/ Na vida que é dirigida/Pra minha vida tirar”